SIEX - Sistema de Informações de Extensão

26541 - Educação Escolar: Oficina da aula - aprender a ensinar
Ano Base: 2024
Tipo de ação: CURSO DE EXTENSÃO
Plano de ensino

Plano de ensino: Apresentação: O presente curso, vinculado ao Projeto Formação Continuada de Professores do CEFE: a prática docente em foco - Educação escolar - aprender a ensinar, tem como principal objetivo propiciar espaços, tempos, meios e conhecimentos para que os professores da educação básica desenvolvam reflexões e busquem alternativas para problemas, questões e situações educacionais emergentes de suas práticas docentes por meio da metodologia de pesquisa de levantamento bibliográfico atrelada à interpretação de textos acadêmicos, tecnológicos e de outras mídias educacionais e de metodologias afins. Este curso visa a compreensão dos múltiplos aspectos e significados da aula. Mas o que é uma aula? Há algo em comum entre suas variações: o espaço físico da sala onde um(a) professor(a) fala para uma plateia passiva ou reativa, raramente ativa. Nosso segundo propósito é passar do diagnóstico à imaginação de alternativas. É preciso superar a melancolia paralizante da ¿crise da educação¿ atrevendo-se a pensar outra escola, radicalmente outra. Outra escola requer outro(a) professor(a). O terceiro e principal propósito da Oficina da aula é, pois, ensinar a aprender. Mas, para isso, é preciso que o(a) professor(a) (re)aprenda a aprender. Daí ¿oficina¿, esse lugar onde se exerce um ofício. Ofício é prática, ação. Portanto, não pretende teorizar, mas reiventar a aula a partir da prática docente a partir de técnicas teatrais propostas por Augusto Boal em Jogos para atores e não-atores. Com elas, pretendemos que os(as) próprios(as) docentes se exponham às contradições do seu fazer, vejam e se vejam em seu papel de professores(as), tomem consciência de suas potências e daquilo que as aniquila, permitam-se, enfim, criticar, pensar, imaginar, criar, inventar a aprendizagem agora não mais como meros(as) reprodutores(as) de conhecimento pronto, mas como coautores(as) dele e promotores(as) dessa postura em sua prática escolar.

Objetivos e Resultados Esperados: Objetivos 1) Familiarizar os professores com a busca de soluções de problemas da educação básica em seus processos formais por meio da abordagem metodológica de pesquisa de levantamento bibliográfico atrelado à interpretação hermenêutica de textos acadêmicos, tecnológicos e de outras mídias educacionais e de metodologias a fins. 2) Possibilitar o desenvolvimento de pesquisas. 3) Desenvolver a criatividade didático-pedagógica. 4) Entender o que é e como se dá a aula no contexto de sua prática. 5) Diagnosticar os problemas estruturais que atravessam a prática docente. 6) Desenvolver perspectiva crítica que supere os problemas estruturais e crie alternativas às práticas consolidadas. 7) Resgatar o caráter coletivo do aprender, rompendo com comportamentos individualistas, melancólicos e competitivos. Resultados esperados: Esperamos que os professores de educação básica que participarem das aulas reflitam sobre sua prática de forma sistemática, e, ao fazê-lo, engendrem propostas e alternativas próprias para a sua realidade. Mais do que isso, o curso pretende contemplar a divulgação da compreensão construída da realidade escolar a partir dessa reflexão sobre a didática, abordando a prática pedagógica na aula. Ao término desse percurso, espera-se que os/as participantes (re)aprendam ou pelo menos se permitam criar formas alternativas de aprendizagem e de engajamento autoral no ato do conhecimento.

Justificativas: Em concordância com o programa ao qual o curso está vinculado, este se justifica como uma ação extensionista de cunho educacional-social-cultural-científico no sentido de que ele visa o protagonismo do professor da educação básica na condução do seu processo de formação continuada, desenvolvendo e aprofundando a compreensão de seu próprio fazer no cotidiano da sala de aula.

Metodologias: Nas ¿Propostas preliminares¿ de Jogos para atores e não-atores, Augusto Boal diz textualmente que os exercícios do seu ¿Teatro do Oprimido¿ podem ser usados também por ¿professores e terapeutas¿ e ¿no trabalho político, pedagógico e social¿. Assim, é pertinente empregá-los na investigação de uma didática realmente emancipatória inclusive para o/a professor/a ¿ justamente por quem talvez deva começar a transformação da escola. Nossa metodologia, pois, consiste em escolher, dentro do arsenal de exercícios propostos por Boal, aqueles que mais se adequam à realidade dos/as participantes do curso. Mas como escolhê-los? É fundamental reconhecer efetivamente as carências, inseguranças, dúvidas, queixas, incertezas, críticas, angústias, expectativas (realizadas ou frustradas) de todas as pessoas envolvidas na iniciativa em relação ao seu fazer didático-pedagógico e ao cotidiano da escola e da sala de aula. Para isso será aplicado um formulário (¿Quem é você?) com perguntas subjetivas, de cujas respostas será possível extrair as características e necessidades singulares do grupo. Trata-se, portanto, de partir das demandas particulares daquele conjunto de pessoas para então buscar respostas. Essa busca será traduzida fisicamente por meio de exercícios do Teatro do Oprimido. É indispensável, pois, o encontro presencial da turma em espaço adequado. As atividades serão distribuídas em 45 horas, sendo 39 presenciais e 6 virtuais síncronas. Cada encontro durará 3 horas, com intervalo de 15 minutos no meio.

Conteúdo programático com responsáveis pedagógicos por tema/assunto - aula ou grupo de aulas: A sequência do curso prevê três estas etapas (divididas em 15 encontros) que se interpenetram: I. O saber de si (eu) II. A relação com o outro (você) III. O sentido de coletividade (todos nós) I ¿ O saber de si (eu) 1) Apresentação do programa, do projeto e do curso e discussão das respostas ao questionário ¿Quem é você?¿. 2) A canção da minha vida. 3) Teatro-fórum: o monólogo do médico. 4) Encenação da sala de aula. 5) Sentir e pensar: encenação de emoções na sala de aula. II ¿ A relação com o outro (você) 6) Fotografar o silêncio: discussão das imagens. 7) Eu conto a sua história. 8) Habitando a pele do(a) estudante. 9) Teatro das coisas. 10) Rostos sem memória. III ¿ O sentido de coletividade (todos nós) 11) Máquina de ritmos. 12) Conceito-imagem. 13) Lembrando uma opressão atual. 14) Ilustrar um tema da vida escolar com o(s) corpo(s) do(a/s) outro(a/s). 15) Redação coletiva do texto final.

Referências (bibliográficas e outras): BOAL, Augusto. Jogos para atores e não-atores. 14ª ed., Rio de Janeiro, Civilização Brasileira. BOTELHO, Isaura. ¿Os públicos da cultura: desafios para as políticas culturais¿. Revista Observatório Itaú Cultural. São Paulo, n. 12, p. 9-10, maio/ago. 2011. CRARY, Jonathan. 24/7: capitalismo tardio e os fins do sono. Trad. Joaquim Toledo Jr. São Paulo, Cosac Naify, 2014. PEDRO, Pedro. Outra universidade. Jundiaí, Paco Editorial, 2011. DEMO, Pedro & FURTADO, Joaci Pereira. Outra universidade é possível: entrevista com Pedro Demo. Revista Docência do Ensino Superior, Belo Horizonte, v. 13, p. 1¿11, 2023. ESPINOSA, Baruch de. Breve tratado de Deus, do homem e do seu bem-estar. Trad. Emanuel Angelo da Rocha Fragoso e Luís César Guimarães Oliva. Belo Horizonte, Autêntica, 2012. GARCÍA Canclini, Nestor. Leitores, espectadores e internautas. Trad. Ana Goldberger. São Paulo, Iluminuras, 2008. GUMBRECHT, Hans Ulrich. Nosso amplo presente: o tempo e a cultura contemporânea. Trad. Ana Isabel Soares. São Paulo, Editora Unesp, 2015. SAFATLE, Vladimir. O circuito dos afetos: corpos políticos, desamparo e o fim do indivíduo. 2. ed. Belo Horizonte, Autêntica, 2016.

Modo e critérios da avaliação de aproveitamento: A avaliação do participante do curso se dará pelo cumprimento de 75% de frequência nas atividades presenciais e virtuais síncronas; assim como também na sua participação nas atividades, o que inclui a redação coletiva do texto final.

Estratégias de Divulgação: ¿ Site da SP Escola de Teatro, onde ocorrerão as aulas presencias ¿ Site CEFE e da Unifesp. ¿ Mala direta do CEFE.

Recursos didáticos: Uma sala que comporte 35 alunos, cadeiras e mesa.

Ementa: O presente curso, vinculado ao Projeto Formação Continuada de Professores do CEFE: a prática docente em foco - Educação escolar - aprender a ensinar, tem como principal objetivo propiciar espaços, tempos, meios e conhecimentos para que os professores da educação básica desenvolvam reflexões e busquem alternativas para problemas, questões e situações educacionais emergentes de suas práticas docentes por meio da metodologia de pesquisa de levantamento bibliográfico atrelada à interpretação de textos acadêmicos, tecnológicos e de outras mídias educacionais e de metodologias afins. Este curso visa a compreensão dos múltiplos aspectos e significados da aula. Mas o que é uma aula? Há algo em comum entre suas variações: o espaço físico da sala onde um(a) professor(a) fala para uma plateia passiva ou reativa, raramente ativa. Nosso segundo propósito é passar do diagnóstico à imaginação de alternativas. É preciso superar a melancolia paralizante da ¿crise da educação¿ atrevendo-se a pensar outra escola, radicalmente outra. Outra escola requer outro(a) professor(a). O terceiro e principal propósito da Oficina da aula é, pois, ensinar a aprender. Mas, para isso, é preciso que o(a) professor(a) (re)aprenda a aprender. Daí ¿oficina¿, esse lugar onde se exerce um ofício. Ofício é prática, ação. Portanto, não pretende teorizar, mas reiventar a aula a partir da prática docente a partir de técnicas teatrais propostas por Augusto Boal em Jogos para atores e não-atores. Com elas, pretendemos que os(as) próprios(as) docentes se exponham às contradições do seu fazer, vejam e se vejam em seu papel de professores(as), tomem consciência de suas potências e daquilo que as aniquila, permitam-se, enfim, criticar, pensar, imaginar, criar, inventar a aprendizagem agora não mais como meros(as) reprodutores(as) de conhecimento pronto, mas como coautores(as) dele e promotores(as) dessa postura em sua prática escolar.