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27020 - Curso de extensão "Antropologia do Mar e da Pesca"
Ano Base: 2025
Tipo de ação: CURSO DE EXTENSÃO
Plano de ensino

Plano de ensino: Inspirada em artigo de Stefan Helmreich (2016), a disciplina propõe refletir sobre diferentes modos como o mar tem figurado na Antropologia para pensá-lo segundo uma "teoria de través", na qual fenômenos e teorias são, ao mesmo tempo, abstrações e coisas no mundo, ferramentas explicativas e fatos a serem examinados. Parte-se de questões fundantes e centrais à chamada Antropologia Marítima, como as especificidades das socialidades junto ao mar, as relações entre as pescas artesanal e industrial, técnicas e artes da pesca, gênero, para, em seguida, tratar de debates contemporâneos relacionados à oceanização, à crítica decolonial e às mudanças ambientais.

Objetivos e Resultados Esperados: Espera-se que os(as) participantes, ao final do curso, tenham desenvolvido visão informada, crítica e propositiva a respeito dos temas contemporâneos mais importantes na relação entre seres humanos, mares e seus ecossistemas associados,

Justificativas: Os oceanos são elementos fundamentais para a sustentação da vida no planeta. São ainda peças centrais da tríplice crise planetária, termo usado pela ONU para descrever a poluição, a crise climática e a perda de biodiversidade. O curso lida com distintos elementos da relação entre seres humanos, os mares e seus ecossistemas associados.

Metodologias: Será usada combinação de apresentações expositivas, métodos de aprendizagem reversa e métodos dialógicos, como rodas de conversa.

Conteúdo programático com responsáveis pedagógicos por tema/assunto - aula ou grupo de aulas: Unidade I: Introdução 01/abr ¿ Sessão 1: Apresentação do programa e proposta da disciplina/do curso 08/abr ¿ Sessão 2: A Antropologia Marítima e além Unidade II: Perspectivas histórico-políticas 15/abr ¿ Sessão 3: Oceanização e colonialismo 22/abr ¿ Sessão 4: Oceanização e maritimizações 29/abr ¿ Sessão 5: Mulheres na pesca e/ou embarcadas 06/mai ¿ Sessão 6: A história social das tainhas Unidade III: Artes da pesca 13/mai ¿ Sessão 7: (Sobre)pesca industrial 20/mai ¿ Sessão 8: Pesca artesanal Unidade IV: Conhecimentos, técnicas e habilidades 27/mai ¿ Sessão 9: Maritórios, ambientes e paisagens 03/jun ¿ Sessão 10: Paisagens costeiras 10/jun ¿ Sessão 11: Técnicas de captura: armadilhas, mimese e affordance 17/jun ¿ Sessão 12: Marés Unidade IV: Antropoceno 24/jun ¿ Sessão 13: Percepções do ambiente e das mudanças climáticas 01/jul - Sessão 14:Apresentação dos trabalhos finais e fechamento

Referências (bibliográficas e outras): ADAMS, Cristina. 2000. ¿As populações caiçaras e o mito do bom selvagem: a necessidade de uma nova abordagem interdisciplinar. Revista de Antropologia V. 43 nº 1. São Paulo, USP. pp. 145-182. BEGOSSI, Alpina. 2004. ¿Capítulo 7. Áreas, pontos de pesca, pesqueiros e territórios na pesca artesanal¿. In: A. Begossi (org.) Ecologia de Pescadores da Mata Atlântica e da Amazônia. São Paulo: editora Hucitec/NEPAM-Unicamp/NUPAUB-USP/FAPESP. pp. 223-253. BURIGO, Beatriz D. 2024. ¿Capítulo um - Técnicas Migrantes ¿. In: O Cerco Fixo Flutuante no Pântano do Sul. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social ¿ PPGAS/UFSC. Florianópolis. pp. 57-90. CABALZAR, Aloisio & LINS, Juliana. 2021. ¿8.3. Calendários ecológicos e conhecimentos dos ciclos sazonais¿. In: M. Carneiro da Cunha; S. B. Magalhães & C. Adams (orgs.) Povos tradicionais e biodiversidade no Brasil: contribuições dos povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais para a biodiversidade, políticas e ameaças. (Parte II. Seção 8: Conhecimentos associados à biodiversidade. São Paulo: SBPC. pp. 105-122. CASTELO BRANCO, Pedro et alii. 2013. ¿Estuário, paisagem-fluxo de pescadores artesanais¿. Iluminuras, Porto Alegre, v. 14, n. 34, p. 304-323, ago./dez. 2013. CORDELL, John, 2020[1989]. ¿Posse no mar¿ (Introdução do livro Cordell, J. (ed.) The sea of small boats. Cultural Survival Report 26), pp. 01-27. CORDELL, John. 2019[2009]. ¿Mudanças climáticas: o ponto de vista das comunidades litorâneas de pescadores¿. Mimeo. Pp. 01-18. DIAS NETO, José Colaço. 2012. ¿I.5. Os calendários de pesca e as tensões¿. In: Quanto custa ser pescador artesanal? Etnografia, relato e comparação entre dois povoados pesqueiros no Brasil e em Portugal. Tese de Doutorado. PPGA/UFF. pp. 90-104. DIEGUES, Antonio C. 1999. ¿A sócio-antropologia das comunidades de pescadores marítimos no Brasil¿. Etnográfica, Vol. III (2), 1999, pp. 361-375. DIEGUES, Antonio Carlos. 2004. ¿11. A pesca construindo sociedades: a história ecológica da tainha no litoral Sudeste-Sul brasileiro¿. In: A pesca construindo sociedades: leituras em antropologia marítima e pesqueira. São Paulo: NUPAUB-USP. pp. 243-315. DOS SANTOS, Lucas Lima. 2016. ¿Uma reflexão sobre a pesca distante da dialética newtoniana: o cerco e a tainha¿. Cadernos de Campo, São Paulo, n. 25, p. 151-175. ESCALLIER, Christine. 1999. "O papel das mulheres da Nazaré na economia haliêutica". Etnográfica, Revista do Centro em Rede de Investigação em Antropologia, vol. 3 (2), 1999, pp. 293-308. ESCALLIER, Christine. 2015. ¿O mar como espaço de estudo interdisciplinar: formação imprescindível numa universidade insular. Um desafio pelo futuro da UMa¿. In: N. Veríssimo e T. P. dos Santos (eds.) Universidade da Madeira: 25 Anos. Funchal: Universidade da Madeira. Pp. 149-163. (disponível em https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/11950/3/livro%20universidade%20da%20madeira%20-%2025%20anos.pdf) GELL, Alfred. 2001[1996]. ¿A rede de Vogel: armadilhas como obras de arte e obras de arte como armadilhas¿. Arte & Ensaios vol. 08, n. 08, pp. 174-191. GERBER, Rose. 2015. Mulheres e o Mar: pescadoras embarcadas no litoral de Santa Catarina, sul do Brasil. Florianópolis: EdUFSC/IBP. (capítulo a definir) SILVA, Luis Geraldo. 2001. A Faina, a Festa e o Rito. Uma etnografia histórica sobre as gentes do mar (sécs. XVII ao XIX). São Paulo: Editora Papirus.

Modo e critérios da avaliação de aproveitamento: Cada participante deve apresentar, ao longo do semestre, um seminário individual e/ou em grupo com base em texto do programa e entregar, ao final do semestre, um ensaio textual ou audiovisual, individual e/ou em grupo, articulando questões e autoras/es abordadas/os na disciplina/no curso.

Estratégias de Divulgação: A divulgação será feita através das redes sociais e das listas de emails institucionais da universidade.

Recursos didáticos: Os participantes necessitarão de aparato de conexão à internet (preferencialmente um computador) com microfone e câmera e conexão à internet. Fones de ouvido são recomendados.

Ementa: Antropologia Marítima, sua história e dimensões contemporâneas; Antropologia da Pesca, sua história e dimensões contemporâneas; Antropologia da Técnica, Antropologia da Paisagem, pescas artesanal e industrial, percepção do ambiente e relações multi-espécies, Antropoceno e mudanças ambientais.